Hoje, por uma necessidade pessoal absoluta, pausei minhas
atividades para escrever breves linhas acerca de um assunto que venho tentando
dominar nos últimos dezesseis anos: a maternidade. Ocorreu-me que não existem mães
normais. Somos todas loucas. Nenhuma outra criatura na terra é capaz de
suportar tantas intempéries, tanto sufoco, sofrimento, abandono de si, solidão,
muitas vezes até fome – tudo, tudo para garantir que aquela pessoinha que foi
gerada dentro de nós tenha o que precisa para viver e ser feliz. Vejo-me no
espelho com aquelas marcas de cansaço no rosto, as linhas abaixo dos olhos que
agora já não voltam mais como antes após as primeiras horas do dia... Tudo
mudou. Ser mãe de um bebê é cansativo, corrido, dá trabalho, mas neste estágio,
ele depende inteiramente de nós e isso nos faz sentir verdadeiras guerreiras. Um
bebê faz da mãe a criatura mais poderosa e mágica do mundo. Só que filhos
crescem. E nós temos que crescer e amadurecer com eles, às vezes não sabemos
como fazê-lo. Surtamos. Eu grito, choro, esperneio, eu tento de todas as formas
segurar a minha cria pelos últimos finos fios que a prendem junto a mim. Tenho
medo por ela do mundo lá fora, durmo mal e apenas algumas horas picadas, e tem
noites em que aguardo olhando pro relógio, acesa, exausta, mas incapacitada de
dormir – sempre esperando a princesa que eu fiz nascer chegar sã e salva.
Eu quero dizer que, se pudesse voltar no tempo, teria sido a
melhor filha do mundo para minha mãe. Teria feito massagem nos pés dela todo
final de dia. Teria colocado rodelas de pepino em seus olhos antes de dormir. Eu
teria preparado seu café da manhã e garantiria elogios da professora apenas
para vê-la se orgulhar de mim.
Verdadeiras mães corrigem, berram, dão os tapas necessários
para que a vida não o faça com mais violência e sem amor algum.
Nós somos todas loucas. De amor por esses seres que às vezes
nos fazem chorar, perder cabelos, perder o dia de trabalho, o sono, a fome. Somos
loucas porque dependemos da felicidade deles para sobreviver.
Filhos... Amem suas mães. Amem! Amem muito. E cuidem, porque apesar de parecermos super mulheres, nós também sentamos num cantinho pra chorar. Nós morremos de medo. Nós temos que guardar nossas fraquezas na ultima gaveta do armário antes de acordá-los pela manhã com o sorriso carregado de amor. Somos frágeis. E vocês são nosso mundo.
Mães, vocês são as maiores heroínas de qualquer tempo. De qualquer história. De qualquer fé.
2 comentários:
De longe, o melhor texto que você já escreveu.
Eu sempre fui taxada como "superprotetora". Mas também, mãe de filho homem, e filho único...não poderia dar em outra.
Mas, independente do tipo de mãe que cada uma é, você resgatou a essência do que é ser mãe. Resumindo: é dar a vida por alguém, é se colocar sempre em segundo plano. E nós, mães solteiras, sabemos muito bem o que é isso, pois precisamos ser pais, mães, educadoras, provedoras. Enfim, literalmente 1.001 utilidades, e todas simultâneas. Mas fazemos com amor, aceitamos todos os desafios e não trocamos por nada nesse mundo!
Obrigada, Carol!
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